Nota
da Ocupação William Rosa
Hoje, dia 12 de novembro,
comemoramos o aniversário de um mês da ocupação William Rosa. Temos muitos
exemplos de solidariedade e trabalho coletivo para serem apresentados. Exemplos
que mostram que quando o povo se une para lutar pelos seus direitos vencem
dificuldades inimagináveis. Superam velhos conceitos individualistas e aprendem
a viver coletivamente. A troca, a ajuda mútua passa a ser a principal lei
dentro da comunidade.
Nossa cozinha coletiva, que
vive das doações dos moradores e colaboradores, alimenta mais de mil famílias
por dia. Alimento que vem do trabalho de voluntários que entendem que esta é
uma contribuição fundamental para a luta. Os dias de chuva só são superados por
que um abriga o outro e ajuda na reconstrução dos barracões destruídos. Todos
os espaços coletivos: cozinha, creche, segurança, bazar foram feitos a várias
mãos que se erguem na luta e no trabalho cotidiano.
Até agora evitamos o despejo
e colocamos muitos tijolos em nosso sonho de ter onde morar, de oferecer um lar
aos nossos filhos. Mas nem tudo é motivo de comemoração. Enfrentamos a
insensibilidade dos governos e a truculência da polícia que no dia 01 de
novembro bombardeou a ocupação por quase 2h, ferindo mulheres e crianças.
Hoje fomos mais uma vez
vítimas do descaso e da violência. Um jovem foi assassinado dentro da ocupação.
O atirador é desconhecido, mas não nos furtamos de apresentar os culpados que
vitimam diariamente milhares de jovens nas perifeias das cidades. Não nos
iludamos: não evitaríamos que os problemas cotidianos do povo atingissem nossa
comunidade. As armas que matam nossos jovens não são fabricadas em nossos
bairros. Chegam aqui por aqueles que
controlam o poder do estado, da polícia e a economia em nosso país, os mesmos
que marginalizam a juventude pobre, que a condena a não ter perspectivas decentes
de vida. Os poderosos que negam moradia, saúde e educação à população
trabalhadora são os verdadeiros responsáveis pela morte de mais um jovem negro
nesta cidade.
A única saída para toda a
miséria social da juventude é a luta por nossos direitos. Hoje choramos a morte
em nossa ocupação, mas nossas lágrimas só reforçam a necessidade de seguir em
frente.
Viva
a Ocupação William Rosa!
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